Banco da Salvação

O Banco da Salvação é a real condição de toda religião e seita iniciática quando os líderes responsáveis, sem autodiscernimento evolutivo, tornam-se vendedores de indulgências plenas multifacetadas, explorando, por meio de lavagens subcerebrais, as pessoas carentes, incautas, suscetíveis, fiéis, beatas, fanáticas e impressionáveis.

Você, leitor ou leitora, porventura já fez qualquer transação comercial com algum Banco da Salvação? Você fez empréstimo ou praticou doação em alguma das citadas instituições?

      BANCO DA SALVAÇÃO
                                        (SALVACIOLOGIA)


                                             I. Conformática

          Definologia. O Banco da Salvação é a real condição de toda religião e seita iniciática quando os líderes responsáveis, sem autodiscernimento evolutivo, tornam-se vendedores de indulgências plenas multifacetadas, explorando, por meio de lavagens subcerebrais, as pessoas carentes, incautas, suscetíveis, fiéis, beatas, fanáticas e impressionáveis.
          Tematologia. Tema central nosográfico.
          Etimologia. O termo banco vem do idioma Frâncico, bank, na acepção de “banco fixado à parede ao longo de uma sala ou de quarto”, ou do idioma Italiano, banca, na acepção de “tenda para vender mercadorias; estabelecimento bancário; acidente geográfico”. Surgiu no Século XIII. A palavra salvação procede do idioma Latim Eclesiástico, salvatio, “salvação”, de salvare, “salvar”. Apareceu no mesmo Século XIII.
          Sinonimologia: 1. Banco de indulgências. 2. Banco do pseudoparaíso. 3. Balcão eclesiástico.
          Cognatologia. Eis, na ordem alfabética, 12 cognatos derivados do vocábulo banco: bancada; bancado; bancar; bancaria; bancária; bancário; bancarrota; bancarrotear; bancarroteiro; banco-d’água; banqueira; banqueiro.
          Neologia. As 3 expressões compostas Banco da Salvação Católica, Banco da Salvação Protestante e Banco da Salvação Moderna são neologismos técnicos da Salvaciologia.
          Antonimologia: 01. Banco capitalista. 02. Banco de células. 03. Banco de córneas; banco de olhos. 04. Banco de embriões; banco genético. 05. Banco de esperma; banco de espermatozoides; banco de sêmen. 06. Banco de leite humano. 07. Banco de germoplasma; banco de sangue humano. 08. Banco de fetos. 09. Banco de ossos; banco de tecidos. 10. Banco de órgãos.
          Atributologia: predomínio dos sentidos somáticos, notadamente do autodiscernimento quanto ao instinto de sobrevivência.


                                               II. Fatuística

          Pensenologia: o holopensene pessoal da lavagem subcerebral; os nosopensenes; a nosopensenidade; os patopensenes; a patopensenidade.
          Fatologia: o Banco da Salvação; a Salvaciologia despudorada; as bulas; as encíclicas; as excomunhões; o beatismo; o carolismo; a venda das indulgências; a certidão, impressa em papel, da compra de indulgências; a venda de lote pessoal no paraíso; a venda de “cadeira no céu”; a ausência das autopesquisas prioritárias; o dinheiro colocado acima da religiosidade; o capitalismo absorvendo o catolicismo; a sacristia tornada balcão; o cifrão sufocando o crucifixo.
          Parafatologia: a autovivência do estado vibracional (EV) profilático.


                                             III. Detalhismo

          Sinergismologia: o sinergismo Etologia-Evoluciologia; o sinergismo ideológico patológico; o sinergismo patológico líder religioso–crente.
          Principiologia: a falta do princípio da descrença.
          Codigologia: o código consagrado regressivo.
          Teoriologia: as teorias das induções interconscienciais; a colocação da autovivência acima da teoria; a teoria da coerência.
          Tecnologia: a técnica da evitação da lavagem subcerebral; a técnica da evitação das automimeses dispensáveis.
          Laboratoriologia: o laboratório conscienciológico das retrocognições.
          Colegiologia: o Colégio Invisível da Conscienciometria; o Colégio Invisível da Cosmoética.
          Efeitologia: os efeitos da histeria religiosa; o efeito do impasse intraconsciencial gerado pela venda do perdão eterno.
          Neossinapsologia: as neossinapses necessárias às renovações pensênicas.
          Ciclologia: o ciclo mimético grupal.
          Enumerologia: o salvacionismo; o Ignorantismo; o acriticismo; o fanatismo; o falacionismo; o obscurantismo religioso; o fechadismo consciencial.
          Binomiologia: o binômio reeducação-ressocialização.
          Interaciologia: a interação celibato-pedofilia.
          Crescendologia: o crescendo patológico sectarismo-dogma-fanatismo-totalitarismo-terrorismo.
          Trinomiologia: o trinômio questionar-experimentar-concluir; o trinômio crendices-delírios-tradições; o trinômio autassédio-autocorrupção-acriticismo; o trinômio boa vontade–boa intenção–autodiscernimento.
          Polinomiologia: o polinômio raciocinar-reciclar-reeducar-repensenizar; o polinômio forças-fraquezas-ensejos-megacoerções; o polinômio autolucidez-racionalidade-lógica-coerência.
          Antagonismologia: o antagonismo paroquislismo do clero antiuniversalista / anticlericalismo do leigo universalista; o antagonismo assistencialidade / rentabilidade; o antagonismo Ciência / Religião; antagonismo filantropia / pilantropia; o antagonismo fanatismo / abertismo consciencial; o antagonismo emocionalismo / racionalidade; o antagonismo confiança cega / autodiscernimento; o antagonismo indução interconsciencial / exemplarismo espontâneo.
          Paradoxologia: o paradoxo da sociedade pia impedosa; o paradoxo patológico da religião capitalista; o paradoxo da badalada do sino com a mensagem sonora gritante de efeitos intraconscienciais sutis.
          Politicologia: a teocracia; a genuflexocracia; a clerocracia; a asnocracia; o vaticanocracia; a argentocracia; a falaciocracia; a corruptocracia; a gurucracia.
          Filiologia: a cogniciofilia do essencial; a hagiofilia; a mariofilia.
          Fobiologia: a autocriticofobia.
          Sindromologia: a síndrome da ectopia afetiva (SEA).
          Maniologia: a teomania; a religiomania; a idolomania; a gurumania; a sebastomania; a salvaciomania; a misticomania.
          Mitologia: os mitos milenares.
          Holotecologia: a idiotismoteca; a absurdoteca; a nosoteca; a psicopatoteca; a mitoteca; a criticoteca; a recexoteca.
          Interdisciplinologia: a Salvaciologia; a Parapatologia; a Psicopatologia; a Nosologia; a Enganologia; a Falaciologia; a Demagogiologia; a Religiologia; a Soteriologia; o Ignorantismo.


                                           IV. Perfilologia

          Elencologia: a consciênçula; a consréu ressomada; a conscin baratrosférica; a conscin eletronótica; a isca humana inconsciente; as conscins crédulas.
          Masculinologia: o pré-serenão vulgar; os encolhedores de cérebros; os guias desorientadores.
          Femininologia: a pré-serenona vulgar; as mulheres fanáticas desorientadoras.
          Hominologia: o Homo sapiens accumulator; o Homo sapiens vulgaris; o Homo sapiens pathopensenicus; o Homo sapiens anticosmoethicus; o Homo sapiens megapathologicus; o Homo sapiens consreu; o Homo sapiens amoralis; o Homo sapiens autocorruptus.


                                         V. Argumentologia

          Exemplologia: Banco da Salvação Católica = o antigo, pioneiro ou precursor, há séculos; a ICAR; Banco da Salvação Protestante = o avançado e explícito, por exemplo, a Igreja Universal do Reino de Deus, na qual templo é dinheiro; Banco da Salvação Moderna = a Cientologia, religião técnica com alto nível de lavagem subcerebral econômico-financeira.
          Culturologia: a cultura da lavagem subcerebral.
          Historiografia. Os primeiros bancos foram provavelmente criados no Terceiro Século a.e.c. A instituição dos bancos atuais, o sistema de crédito ou a origem da atividade bancária moderna, foi instituída pelos italianos, ou mais apropriadamente, pelos mecenas da poderosa e famosa dinastia Medici, o Banco Medici, o império financeiro, o poder, o dinheiro e a Arte na Florença do Século XIII ao Século XVII. O primeiro Banco Medici foi fundado por Giovanni di Bicci de’
Medici (1360–1429), em 1397, em Florença, abrindo filiais em Roma, Nápoles e Veneza. Assim, o Vaticano hauriu a inspiração para criar o Banco da Salvação em casa.
          Demagogiologia. Ainda existe o Banco da Providência, além da demagogia religiosa ter inspirado a demagogia política dos assim-chamados Bancos Populares, dentro do regime capitalista.
          Dissidenciologia. Além dos escândalos históricos, mais recentes, do Banco Ambroziano, as indulgências pagas instituídas pelo Banco da Salvação, ou seja, da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) provocaram a Reforma, instituída por Martinho Lutero (1483–1546), ou o protestantismo, dissidência vigorosa do Catolicismo. Os fatos ocorreram nesta ordem histórica de inspiração, advinda do cifrão eclesiástico, de 1397 a 1517: 1. Banco Medici. 2. Banco da Salvação. 3. Reforma Luterana. Contra fatos não podemos brigar.
          Taxologia. A partir da Hermenêutica, pode-se listar a estrutura das manifestações do Banco da Salvação, por exemplo, através da ICAR, arrolando 15 fatos históricos, aqui dispostos na ordem alfabética, com bases nas pesquisas do historiógrafo alemão Dietrich Schwanitz (1940–2004):
          01. Administração. O Banco da Salvação administrava rigorosamente os bens da pseudossalvação e os meios humanos de clemência dos incautos de plantão.
          02. Autoridades. Os sacerdotes-bancários eram as únicas pessoas autorizadas para movimentar o capital, passando por provas e juramentos rigorosos dos superiores hierárquicos.
          03. Capital. Além dos clientes-fiéis pagantes, o mesmo capital era utilizado para conceder crédito a outros clientes-fiéis tomadores de empréstimos.
          04. Créditos. Como capitais simbólicos eram empregados a confissão, o pedido de perdão ou a autoflagelação pública, através dos quais os clientes-fiéis recebiam o crédito de salvação, podendo depois saldar as dívidas de pecados.
          05. Filiais. As filiais ou agências do Banco da Salvação eram estabelecidas em famosos locais de peregrinação e espalhavam alegria infantil na clientela e lucro adulto por toda a região.
          06. Financiamentos. Os poderes financeiros da instituição eclesiástica eram bem diferenciados, por exemplo, os clientes de maior quantidade de bens de salvação conseguiam obter os ossos do mártir famoso.
          07. Indústrias. Indústrias inteiras da ICAR viviam explorando as peregrinações dos clientes-fiéis, fato ocorrendo ainda hoje em pleno Terceiro Milênio.
          08. Investimentos. O Cristo e os pseudossantos depositavam as grandes somas de salvação utilizadas pelos sacerdotes-bancários para fazer largos investimentos e conceder créditos.
          09. Monopolismo. A ICAR tinha o monopólio absoluto sobre tudo, o esquema capitalista integral e todas as transações, por esse motivo ainda se insere, hoje, entre as grandes multinacionais da Terra.
          10. Pagamentos. Os pagamentos eram feitos pessoalmente ao Banco da Salvação por meio da mudança radical para a vida devota, obtendo-se, assim, o título de crédito administrado pela ICAR como parte do capital total de salvação.
           11. Penitências. Todas as práticas comerciais eram feitas pelos clientes-fiéis mediante pagamento e a realização de penitências impostas, ou seja, doações, peregrinações e esmolas.
           12. Peregrinações. Os mais famosos locais explorados e mais rendosos de peregrinação eram: Roma, com o túmulo de S. Pedro; Santiago de Compostela, com as ossadas de S. Tiago; Colônia, com as relíquias dos 3 reis magos; o santuário de S. Tomé, na catedral da Cantuária.
           13. Relíquias. Determinada relíquia, por exemplo, dos ossos do mártir famoso, gerava alarde e fortalecia o capital depositado, muito mais se comparada aos meios de clemência normal.
           14. Tabelologia. Para a distribuição dos bens de salvação, havia a tabela fixa de taxas, por exemplo, 2 florins para a missa de defuntos; 1 florin para a prece; 5 florins para a indulgência ordinária; e metade da fazenda para o perdão geral.
           15. Vendagens. Podiam ser vendidos milagres, considerados autênticos pelos sacerdotes experts, ou espertalhões, como supostas curas de doenças.
           Legendologia. O movimento espírita, através de Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail; 1804–1869), substituiu a legenda ou bordão “fora da igreja não há salvação” para o “fora da caridade não há salvação”. Contudo, tal fato, a rigor, não trouxe significativa melhoria, pois caridade é palavra envilecida afirmando a condição espúria de alguém em condição superior manter o assistencialismo em favor de alguém inferior e, nas próprias práticas espíritas, a caridade referida é espírita, ortodoxa, segundo os ditames das Federações Espíritas, patrulheiras ideológicas, facciosas e estagnadas, sem nenhuma pesquisa, universalismo ou megafraternidade pura. Além disso, existem as máscaras da caridade e as máscaras da humildade.


                                                  VI. Acabativa

           Remissiologia. Pelos critérios da Mentalsomatologia, eis, por exemplo, na ordem alfabética, 10 verbetes da Enciclopédia da Conscienciologia, e respectivas especialidades e temas centrais, evidenciando relação estreita com o Banco da Salvação, indicados para a expansão das abordagens detalhistas, mais exaustivas, dos pesquisadores, mulheres e homens interessados:
           01. Amoralidade: Parapatologia; Nosográfico.
           02. Autocorrupção: Parapatologia; Nosográfico.
           03. Cinismo: Parapatologia; Nosográfico.
           04. Doutrinação: Parapatologia; Nosográfico.
           05. Fechadismo consciencial: Parapatologia; Nosográfico.
           06. Força do atraso: Parapatologia; Nosográfico.
           07. Guia desorientador: Parapatologia; Nosográfico.
           08. Idolatria: Parapatologia; Nosográfico.
           09. Obscuridade: Holomaturologia; Neutro.
           10. Retardamento mental coletivo: Parapatologia; Nosográfico.
   A AUTOCONSCIENCIALIDADE EXATA DAS REALIDADES
      DAS RELIGIÕES SURGE NO MICROUNIVERSO CONSCIENCIAL DE TODA CONSCIN ASPIRANDO A SER MAIS
             LÚCIDA QUANTO À INTELIGÊNCIA EVOLUTIVA.
           Questionologia. Você, leitor ou leitora, porventura já fez qualquer transação comercial com algum Banco da Salvação? Você fez empréstimo ou praticou doação em alguma das citadas instituições?
           Filmografia Específica:
           1. Lutero. Título Original: Luther. País: Alemanha. Data: 2003. Duração: 121 min. Gênero: Drama. Idade (censura): 14 anos. Idioma: Inglês; & Latim. Cor: Colorido. Legendado: Português (em DVD). Direção: Eric Till. Elenco: Joseph Fiennes; Jonathan Firth; Alfred Molina; Claire Cox; Peter Ustinov; & Bruno Ganz. Produção: Dennis A. Clauss; Brigitte Rochow; Christian P. Stehr; Alexander Thies; & Franz Thies. Desenho de Produção: Rolf Zehetbauer. Direção de Arte: Christian Schaefer; Ralf Schreck; & Václav Vohlídal. Roteiro: Camille Thomasson; & Bart Gavigan. Fotografia: Robert Fraisse. Música: Richard Harvey. Montagem: Clive Barrett. Cenografia: Katja Schmidt. Efeitos Especiais: CA Scanline Production GmbH; Die Nefzers; & R.S.G. Effeti Speciali S.r.l. Companhia: Eikon Film; NFP teleart; & Thrivent Financial for Lutherans. Sinopse: Decepcionado com as práticas da Igreja Católica, Martinho Lutero leva a público 95 teses e é perseguido pelo poder do clero. Porém, ele não desistirá de mudar o contexto religioso da época.
            Bibliografia Específica:
            1. Schwanitz, Dietrich; Cultura Geral: Tudo o que se deve Saber (Bildung); trad. Beatriz Silke Rose; & at al; rev. Karina Jannini; XX + 516 p.; 12 caps.; 3 apênds.; 5 cronologias; 19 enus.; 2 ilus.; 8 mapas; ono.; 24 x 17 x 3 cm; br.; Martins Fontes; São Paulo, SP; 2007; páginas 52 e 53.