A Biblioteca de Alexandria (295 a.e.c.–642 e.c.) foi a sede do maior e mais importante acervo intelectual, cultural e científico do Mundo Antigo, localizada na cidade homônima no delta do rio Nilo, norte do Egito, e representou marco fundamental na História do Conhecimento Humano.
Você, leitor ou leitora, já pesquisou sobre esse megaacervo cultural da Antiguidade, considerado o primeiro centro cosmopolita do Planeta? Refletiu sobre as possíveis causas de a Biblioteca de Alexandria não ter subsistido hodiernamente?
BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA (PARA-HISTORIOGRAFOLOGIA) I. Conformática Definologia. A Biblioteca de Alexandria (295 a.e.c.–642 e.c.) foi a sede do maior e mais importante acervo intelectual, cultural e científico do Mundo Antigo, localizada na cidade homônima no delta do rio Nilo, norte do Egito, e representou marco fundamental na História do Conhecimento Humano. Tematologia. Tema central neutro. Etimologia. A palavra biblioteca provém do idioma Francês, bibliothèque, derivada do idioma Latim, bibliotheca, “local no qual se guardam livros; livraria (como coletivo)”, e esta do idioma Grego, bibliothêké, “caixa de guarda de livros; local de guarda de livros; depósito ou prédio de guarda de livros”, composto por biblion, “papel de escrever; carta; lousa; livro”, e theke, “caixa; estojo; escrínio; depósito; prédio de guarda”. Apareceu em 1536. O vocábulo Alexandria deriva do idioma Latim Alexander, e este do idioma Grego, Aléxandros, “protetor do homem; defensor da espécie humana”. O termo ganhou popularidade universal em função de Alexandre Magno (356–323 a.e.c.), fundador de um dos maiores impérios da história da humanidade. Surgiu no Século XVI. Sinonimologia: 1. Biblioteca Real de Alexandria. 2. Antiga Biblioteca de Alexandria. 3. Farol Intelectual do Mundo Antigo. Cognatologia. Eis, na ordem alfabética, 21 cognatos derivados do vocábulo Alexandre: Alexânder; Alexandra; alexandriense; alexandrina; alexandrinada; alexandrinado; alexandrinar; alexandrinense; alexandrinismo; alexandrinista; alexandrinística; alexandrinístico; alexandrinite; alexandrinítico; alexandrino; alexandrismo; alexandrista, alexandristíca; alexandrístico; alexandrítico; alexandrolita. Antonimologia: 1. Centro Cultural Moderno. 2. Biblioteca Apostólica Vaticana. 3. Biblioteca Marciana. 4. Biblioteca Bodleiana. Estrangeirismologia: o Mentalsomarium Antigo; o Cognitarium; o Autopensenarium; a noesis da cognição planetária; a Ptolemaic Mouseion Academy; o nec plus ultra dos saberes; o primum Pesquisarium; a inexistência de backups impossibilitando o acesso ao megaacervo da Biblioteca de Alexandria; a Pinakes na condição de catálogo da grande biblioteca; a irreparable loss da Humanidade; o Zeitgeist. Atributologia: predomínio das faculdades mentais, notadamente do autodiscernimento quanto à holomaturescência da Cogniciologia Cosmovisiológica. Megapensenologia. Eis 2 megapensenes trivocabulares relativos ao tema: – Bibliotecas marcam destinos. Existem bibliotecas enciclopédicas. Citaciologia: – Todas as religiões dogmáticas formais são falaciosas e nunca devem ser aceitas, em definitivo, por pessoas com autestima. Governar acorrentando a mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a força (Hipatia de Alexandria, 355–415). Ortopensatologia: – “Biblioteca. Biblioteca: Medicina Mentalsomática”. “A biblioteca é o maior centro de sessões parapsíquicas que existe. Ali ocorrem parafenômenos comunicativos, muito além da psicofonia e da psicografia, através das leituras das páginas escritas dos livros”. “Somente é contra a biblioteca quem é portador de distúrbio autocognitivo”. II. Fatuística Pensenologia: o holopensene pessoal da priorização mentalsomática; o holopensene grupal da intelectualidade; o ato de pensenizar grande; a autopensenização polifásica; a retrofôrma holopensênica podendo predispor ou se antepor às pesquisas cognitivas; os neopensenes; a neopensenidade; os cognopensenes; a cognopensenidade; os hiperpensenes; a hiperpensenidade; os grafopensenes; a grafopensenidade; os cosmopensenes; a cosmopensenidade; os prioropensenes; a prioropensenidade; os lucidopensenes; a lucidopensenidade; o local da autopensenização carregada no pen. Fatologia: a Biblioteca de Alexandria; a coleção de saberes da Antiguidade; o Templo das Musas; o Templo de Serápis; a maior casa editorial da Antiguidade; o lema “adquirir 1 exemplar de cada manuscrito existente na face da Terra”; a casa da intelecção; o conceptáculo pancognitivo; o domínio cognitivo; a curiosidade pesquisística levando à cosmovisão da erudição; a polimatia; a genialidade; a intelectualidade; a aptidão pelo conhecimento; a hiperlucidez; o autodiscernimento grupal; a classificação da Gnosiologia; o almoxarifado da consciência na Antiguidade, sendo disponibilizado interpares; os milhares de rolos de papiro, verdadeiros catálogos historiográficos; a inovação de copistas e escrivães ao reproduzirem os mais variados exemplares encontrados nos navios mercantes do porto de Alexandria; o domínio das fronteiras geopolíticas; os impérios geopolíticos multimilenares; o medo da perda do poder levando governantes a destruírem manuscritos ímpares; a constante luta do Império Romano; a perseguição sangrenta ao paganismo; as múltiplas tentativas de destruição da Biblioteca objetivando a manipulação e cerceamento do conhecimento; os diversos incêndios criminosos atrasando a evolução planetária; a tirania dos faraós e imperadores inibindo sábios e intelectuais; a marca de excelência aplicada às pesquisas prioritárias; o autodidatismo grupal em prol do conhecimento humano; os círculos intelectuais; a fome de saber; o banco de dados do conhecimento do mundo clássico; o poliglotismo; a escolha inteligente das companhias evolutivas; o cultivo da grupalidade intelectual; a autodisponibilidade de compartilhar e distribuir a cognição; o entrelaçamento das ideias das mentes mais avançadas do Planeta na Antiguidade; a compulsão de conhecer e a cognição dirigida consolidando a Biblioteca de Alexandria; a busca histórica da Humanidade pelo desvendamento dos mistérios do incognoscível; o ponto de encontro de sábios de múltiplas culturas e etnias construindo acervo universal; o simbolismo histórico da Biblioteca Alexandrina (2002); o Holociclo; a Holoteca. Parafatologia: a autovivência do estado vibracional (EV) profilático; a autocognição holomnemônica, holobiográfica e holoparapsíquica; a paracognoscibilidade; a autorretrocognição; os registros na holomemória tornando fatos e parafatos cognoscíveis; as capacidades espontâneas pesquisísticas resultantes de retroesforços cognitivos; a autossustentabilidade da conexão com a paraprocedência; a ausência de segredos perante a multidimensionalidade; o testemunho extrafísico dos atos conscienciais. III. Detalhismo Sinergismologia: o sinergismo cognitivo entre sábios veteranos e pesquisadores aprendizes; o sinergismo cérebro-paracérebro; o sinergismo intelecção–cognição–ousadia evolutiva; o sinergismo aptidão a conhecer–autodiscernimento evolutivo; o sinergismo pesquisar-conservar-disseminar conhecimentos; o sinergismo Filosofia Helenística–Filosofia Egípcia. Principiologia: o princípio da descrença (PD); o princípio da verpon; o princípio do megafoco mentalsomático; o princípio de a autobagagem cognitiva sobreviver às dessomas; o princípio da inseparabilidade grupocármica; o princípio de ninguém perder ninguém; o princípio organizador dos saberes; o princípio de toda consciência ter algo a aprender e a ensinar; o princípio da acumulabilidade cognitiva. Codigologia: o código pessoal de Cosmoética (CPC) vivenciado pelos sábios e intelectuais ao se submeterem à tirania de governantes, faraós e imperadores em benefício da Humanidade. Teoriologia: a teoria das pesquisas conjuntas; a teoria da Pensenologia; a teoria do conhecimento humano; a teoria da recuperação dos cons magnos. Tecnologia: a técnica do autodidatismo; a técnica de controle público; a técnica do autorrevezamento multiexistencial. Voluntariologia: o voluntariado conscienciológico no Tertuliarium, Holociclo e Holoteca. Laboratoriologia: o laboratório conscienciológico da Automentalsomatologia; o laboratório conscienciológico da Autevoluciologia; o laboratório conscienciológico da Paraeducação; o laboratório conscienciológico da Autocosmoeticologia; o laboratório conscienciológico da Autopensenologia; o laboratório conscienciológico da Comunicologia; o laboratório conscienciológico da Paradireitologia. Colegiologia: o Colégio Invisível dos Pesquisadores da Conscienciologia; o Colégio Invisível da Parapedagogiologia; os Colégios Invisíveis fomentadores de neocognições científicas; o Colégio Invisível da Cosmovisiologia; o Colégio Invisível da Seriexologia; o Colégio Invisível da Evoluciologia. Efeitologia: os efeitos cosmovisiológicos do aproveitamento das parafontes cognitivas. Neossinapsologia: o apreço pela formação continuada de neossinapses; as neossinapses desencadeadas pelo autodidatismo ininterrupto; as neossinapses derivadas dos heterexames das trajetórias evolutivas. Ciclologia: o ciclo ascenção-queda; o ciclo interassistencial aprender-ensinar; o ciclo multiexistencial sementeira-colheita na raiz das tendências inatas; o ciclo da produtividade intelectual máxima. Enumerologia: o conhecimento pesquisado; o conhecimento copiado; o conhecimento compreendido; o conhecimento repassado; o conhecimento ensinado; o conhecimento arquivado; o neoconhecimento disseminado. Binomiologia: o binômio Cronêmica-Proxêmica; o binômio segredo-mistificação; o binômio neocognição-neossinapses; o binômio Direito Minoritário–Multiculturologia; o binômio Direito Minoritário–Universalismo; o binômio liberdade-limite; o binômio admiração-discordância permitindo a convivência harmônica entre sábios de diferentes etnias. Interaciologia: a interação dos nichos das neoideias; a interação limites autocognitivos–limites mateológicos. Crescendologia: o crescendo expansão territorial–expansão do egão; o crescendo retroideia-neoideia; o crescendo conceptáculo da neoideia–nicho da neoideia; o crescendo hiperacuidade intrafísica–hiperacuidade extrafísica; o crescendo monovisão-cosmovisão; o crescendo conhecimento básico–conhecimento avançado. Trinomiologia: o trinômio perceptibilidade-inteligibilidade-cognoscibilidade; o trinômio multicultural Arte-Literatura-Ciências; o trinômio interconvivencial filósofos-intelectuais-artistas. Polinomiologia: o polinômio multidisciplinar Matemática-Geometria-Trigonometria-Astrologia-Astronomia desenvolvido na Biblioteca de Alexandria. Antagonismologia: o antagonismo sede de poder / fome de saber; o antagonismo paganismo / cristianismo; o antagonismo dogmatismo / Descrenciologia; o antagonismo escravagismo / cosmopolitismo; o antagonismo luz / escuridão; o antagonismo Verponologia / Mateologia. Paradoxologia: o paradoxo de a tirania absoluta de apenas 1 homem poder conseguir subjugar povos e nações; o paradoxo de a genialidade brilhante de dezenas de filósofos e intelectuais poder ser ofuscada por fanáticos religiosos, demarcando o início da escuridão na Idade das Trevas. Politicologia: a cognocracia; a lucidocracia; a cosmocracia; a gnosiocracia. Legislogia: a lei do maior esforço pesquisístico; a lei de causa e efeito; as leis do direito dinástico; a total ignorância quanto ao corpus legis da Paradireitologia. Filiologia: a cognofilia; a pesquisofilia; a neofilia; a xenofilia; a cienciofilia; a metodofilia; a comunicofilia; a conviviofilia; a bibliofilia; a enciclopediofilia. Fobiologia: a bibliofobia; o medo da perda do poder levando à destruição de documentos inestimáveis e livros raríssimos. Sindromologia: a síndrome da ectopia afetiva (SEA); a síndrome da abstinência da Baratrosfera (SAB). Maniologia: a mania ensandecida de imperadores romanos e fanáticos religiosos em transformar acervos do conhecimento humano em shows pirotécnicos; a mania dos governantes tiranos de querer manipular o conhecimento; a bibliomania; a bibliocleptomania; a megalomania; a religiomania. Mitologia: o mito de Serápis. Holotecologia: a biblioteca; a lexicoteca; a parapsicoteca; a cognoteca; a comunicoteca; a evolucioteca; a historioteca. Interdisciplinologia: a Para-Historiografologia; a Autocogniciologia; a Comunicologia; a Polimatia; a Parapercepciologia; a Discernimentologia; a Conteudologia; a Arquivologia; a Cosmoeticologia; a Bibliologia; a Paradireitologia; a Holotecologia. IV. Perfilologia Elencologia: a conscin lúcida; a isca humana lúcida; a consréu ressomada; a conscin baratrosférica; o ser desperto; o ser interassistencial; a pessoa-biblioteca viva; a conscin-enciclopédia ambulante; a personalidade poço de conhecimentos; a conscin enciclopedista. Masculinologia: o bibliotecônomo; o bibliotécnico; o semperaprendente; o comunicólogo; o comunicador; o exemplificador; o experiente; o professor; o erudito; o sábio; o filósofo; o livreiro; o copista; o bibliografista; o bibliófago; o biblioclasta; o bibliotecário; o leitor; o autor; o escritor; o intelectual; o agente retrocognitor; o amparador intrafísico; o evoluciólogo; o filósofo Demétrius de Phalerum (350–282 a.e.c.). Femininologia: a bibliotecônoma; a bibliotécnica; a semperaprendente; a comunicóloga; a comunicadora; a exemplificadora; a experiente; a professora; a erudita; a sábia; a filósofa; a livreira; a copista; a bibliografista; a bibliófaga; a biblioclasta; a bibliotecária; a leitora; a autora; a escritora; a intelectual; a agente retrocognitora; a amparadora intrafísica; a evolucióloga. Hominologia: o Homo sapiens bibliologus; o Homo sapiens perquisitor; o Homo sapiens scientificus; o Homo sapiens intellectualis; o Homo sapiens mentalsomaticus; o Homo sapiens orthopensenicus; o Homo sapiens serendipitista; o Homo sapiens holothecarius. V. Argumentologia Exemplologia: Biblioteca de Alexandria áurea = a do megacervo intelectual inaugurada na dinastia Ptolemaica subsistindo entre os Séculos III a.e.c. a IV e.c.; Biblioteca de Alexandria decadente = a do acervo subsistente após o massacre da filósofa neoplatônica Hipatia, por volta do ano 642. Culturologia: a paracultura; a matriz cultural; a cultura da semperaprendência; a cultura da Holomnemônica; a cultura da mentalsomaticidade; a cultura da erudição; a cultura da universalização do saber; a autocognição multicultural, multidisciplinar e multidimensional; a Holoculturologia da Pancognição. Egito. Localizada em Alexandria, porto principal e a segunda maior cidade do Egito, na costa do Mediterrâneo, no delta do rio Nilo, a construção da Biblioteca é creditada a Demetrius de Phalerum. Criticidade. Sob a ótica da Para-Historiologia, considerando relações essenciais, tais como a multiexistencialidade, a holobiografia e a multidimensionalidade, até a vivência da Paradireitologia, eis, 8 recortes da História da Biblioteca de Alexandria, em ordem cronológica, para contribuir quanto à criticidade e aferição dos níveis de interprisão ainda vivenciados no Planeta (Ano-base: 2016): 1. Primórdios. No Século III a.e.c., a Biblioteca de Alexandria foi construída e financiada pelos faraós Ptolomeu I Sóter (366–283 a.e.c.), Ptolomeu II Filadelfo (309–246 a.e.c.) e Ptolomeu III Evérgeta (280–221 a.e.c.), os reis gregos herdeiros da parte egípcia do império deixado por Alexandre Magno. Somaram 75 anos de intenso patronato cultural. 2. Dinastia Ptolemaica. Entre os anos 305 a 30 a.e.c. os Ptolomeus usaram da própria riqueza na aquisição de livros gregos, da África, Pérsia, Índia, Israel e outras regiões do mundo. Não se limitando a copiar e acumular conhecimentos já existentes, encorajaram e financiaram a investigação científica, patrocinando a moradia da elite de sábios, intelectuais e estudantes de todas as partes do Planeta, nascendo ali as raízes do mundo moderno. 3. Helenismo. A miscelânea de etnias em Alexandria, onde conviviam gregos, judeus, núbios, egípcios, colonos, militares, estudantes e comerciantes, tinha por objetivo a universalização da língua e cultura grega. A reunião de todas as obras escritas, em diversos idiomas, por meio de cópias e reelaborações, imprimiu à cidade memória artificial, levando o Egito a ter imensa vantagem na rivalidade política com outras potências mediterrâneas. 4. Declínio. Por volta do ano 205 a.e.c., os desvarios do faraó Ptolomeu V Epifânio (210–181 a.e.c.) levaram o Egito a perder grandes áreas externas do país, entrando em decadência como potência dominante, necessitando pedir auxílio à Roma e demarcando o início do declínio de Alexandria. 5. Destruição. No outono de 48 a.e.c. ocorreu grande incêndio em Alexandria. Júlio César (100 a.e.c.–44 a.c.), em perseguição ao inimigo Pompeu, já assassinado pelo primeiro ministro egípcio Pôncio, se apresentou na condição de imperador romano e para vencer o exército egípcio, mandou incendiar a cidade, queimando não só os navios e armazéns, mas também a Biblioteca e o Museu, perdendo-se grande parte do acervo cultural, remanescendo a Biblioteca Filha, no Serapeum. O tamanho exato da perda é desconhecido, mas alguns pensadores, filósofos e historiadores, a exemplo de Lucius Annaeus Sêneca (4 a.e.c.–65 e.c.), indicam 40 mil rolos de papiro, outros, a exemplo de Aulus Gelius (130–180), falam em 700 mil rolos. O incêndio marcou a primeira das muitas catástrofes sofridas pela biblioteca. 6. Mecenatologia. Cleópatra VII (69–30 a.e.c.), a última das ptolemaicas, foi patrocinadora das artes e cultura, resgatando parcialmente o prestígio de Alexandria. Ao receber de presente várias obras da biblioteca de Pérgamo (Ásia), do amante Marco Antônio (83–30 a.e.c.), doou à biblioteca alexandrina milhares de rolos de papiro para contrabalançar as perdas irreparáveis causadas pelo incêndio. Alguns relatos históricos registram a cifra de 200 mil rolos, porém não há veracidade nas provas quanto ao volume de obras doadas. 7. Imperialismo. Sob o domínio romano, o centro de saber alexandrino perdurou até o Século IV, com o ataque à Biblioteca Filha, interrompendo as atividades em 391. Tal fato ocorreu no reinado de Teodósio I (346–395), conhecido por instituir o cristianismo na condição de religião oficial do Império, ordenando a destruição do templo do saber, após tomar conhecimento de conflito levando os pagãos a se refugiarem no Serapeum. Outros imperadores romanos também participaram de ataques à Biblioteca, a exemplo de Marco Aurélio Antonino (188–217), conhecido por Caracala, Lúcio Domício Aureliano (214–275) e Caio Aurélio Valério Diocleciano (244–311). 8. Divergências. A maior parte das fontes históricas relatam o total extermínio da Biblioteca de Alexandria após quase 9 séculos de domínio greco-romano, no ano de 642, quando o Egito foi dominado pelo general árabe Amr Ibn As (585–664), em nome do califa Omar Ibn AlKhattab (581–644), ao qual é atribuída a declaração sobre os textos de Alexandria, dizendo se os mesmos concordassem com o Livro de Deus, dos árabes, eram desnecessários e caso discordassem, deveriam ser destruídos. Desperdiciologia. Algumas obras históricas relatam a possibilidade de muitos livros da grande biblioteca terem sido utilizados como combustível para aquecer os mais de 4 mil banhos públicos da cidade alimentando as fornalhas por 6 meses. Há também a hipótese de valiosos manuscritos terem sido guardados por Amr Ibn As, podendo estar hoje em poder de alguma sociedade secreta ou biblioteca pessoal. Infraestrutura. Do ponto de vista da Intrafisicologia, a Biblioteca de Alexandria localizava-se no bairro originalmente chamado “Os Palácios” e, mais tarde, Brucheion. Na descrição feita por Estrabão (Século I), o bairro ocupava 1 terço da principal área murada da cidade, tinha passeio coberto, pórtico e pátio central junto ao qual se encontrava o refeitório dos eruditos. Jamais se soube qual o modo de funcionamento da Biblioteca, nem se os sábios e cientistas residiam nas dependências. Acervo. Livros e rolos de papiro eram trazidos de todos os cantos do mundo civilizado, com o objetivo de reunir os escritos relevantes produzidos pelo homem. Não se limitavam a copiar os exemplares gregos e romanos, também os antigos textos egípcios, as escrituras dos hebreus e escritos atribuídos ao profeta persa Zoroastro (1750–1000 a.e.c.). Historicamente, é difícil aferir o número real de papiros encontrados na Biblioteca. Na avaliação do monge bizantino Ioanis Tzetzes (1110–1180), embasado em fontes bem mais antigas, a Biblioteca Real contava com mais de 490 mil rolos de papiro, enquanto a Biblioteca Filha, menor e ligada ao Templo de Serápis, possuía acervo de 42.800 rolos. Papirologia. Existiam os rolos de papiro mistos e rolos não-mistos. Único rolo de papiro misto consistia em média de 20 folhas, com largura variável entre 4,5 e 10 cm. Os trabalhos dos autores antigos dividiam-se em livros com tamanho do rolo médio, equivalendo o acervo de 490 mil rolos a montante de cerca de 70 mil trabalhos. Mentalsomatologia. Usando essas coleções, posteriormente eruditos foram capazes de produzir edições-padrão dos principais clássicos gregos e desenvolveram trabalhos acadêmicos valiosos. Caracterologia. Sob a égide da Biografologia, segundo o consenso de diferentes fontes de pesquisas históricas, eis, em ordem cronológica, 8 grandes nomes da genialidade antiga, desbravadores da Ciência, e estudiosos sistemáticos da Medicina, Física, Biologia, Astronomia, Literatura, Matemática, Geografia, dentre outras disciplinas, na Biblioteca de Alexandria: 1. Euclides de Alexandria (c. Século III a.c.): matemático, possivelmente grego, considerado o pai da Geometria e da Óptica. A obra Os Elementos, de 13 volumes, foi utilizada até meados do Século XIX em todo sistema de ensino. 2. Herófilo da Calcedônia (335–280 a.e.c.): médico grego influenciado por Hipócrates (460–370), cujo livro Corpus era texto fundamental para o entendimento da Medicina Antiga. Defendeu a tese de a inteligência e as emoções fazerem parte do cérebro e não do coração. Destacou-se por realizar exames post mortem sistemáticos. 3. Aristarco de Samos (310–230 a.e.c.): astrônomo e matemático, foi o primeiro a defender a tese do heliocentrismo, ou seja, de os planetas girarem em torno do sol. Utilizou-se da trigonometria 18 séculos antes de Nicolau Copérnico (1473–1543). A obra mais importante de Aristarco foi Sobre Tamanhos e Distâncias do Sol e da Lua, estando dentre os responsáveis pela diferenciação entre Astronomia e Astrologia. 4. Calímaco (315–240 a.e.c.): poeta, gramático e bibliotecário grego, compilou o primeiro catálogo da Biblioteca de Alexandria, marco na história da Bibliografia, possibilitando a criação da relação oficial da literatura grega clássica. Fazia uso de grande conhecimento com espirituosidade e encanto e se tornou famoso por refinados epigramas. 5. Eratóstenes de Cirene (276–194 a.e.c.): polímata, cientista, poeta, geógrafo, bibliotecário-chefe da Biblioteca de Alexandria. Calculou a circunferência da Terra com razoável exatidão, provando a forma esférica, tornando-se célebre em todo o mundo, sendo considerado dos homens mais sábios da Antiguidade. Autor da obra Geográfica, na qual estabeleceu os alicerces da Geografia Matemática. 6. Cláudio Ptolomeu (90–168): astrônomo alexandrino. Os escritos geográficos e astronômicos foram aceitos como padrão por mais mil anos, através dos tratados Almagesto e Guia para a Geografia. Os trabalhos mais conhecidos estão nos últimos 5 volumes do Almagesto onde relata os movimentos planetários, com mais de mil estrelas catalogadas, elencadas em 48 constelações. 7. Cláudio Galeno (129–217): médico e filósofo romano de origem grega. Ao lado de Hipócrates foi considerado o mais famoso médico do mundo antigo. Ao contrário dos próprios antecessores, optou em não trabalhar com dissecações humanas, fazendo experimentos com macacos, cães e suínos. Os 15 livros sobre Medicina de própria autoria tornaram-se padrão por mais de 12 séculos. 8. Hipatia de Alexandria: professora, astrônoma, matemática e filósofa egípcia, foi a primeira e única mulher a ser diretora da Biblioteca de Alexandria e também responsável pela escola de Filosofia Neoplatônica. Hipatia encontrava-se no meio de poderosas forças sociais, quando a igreja cristã se consolidava e tentava eliminar a cultura pagã. Movia-se livremente nos domínios tradicionalmente pertencentes ao universo masculino, além de ser dotada de grande inteligência e beleza física. Recusou todas as propostas de casamento mantendo foco na pesquisa da ciência e estudos filosóficos. Foi apedrejada e queimada pelos novos cristãos a mando do arcebispo Cirilo (c. 375–444), o qual lhe atribuía poderes de magia negra e bruxaria. Após a morte de Hipatia, grande parte do acervo da biblioteca foi destruído, marcando o fim da glória de Alexandria. VI. Acabativa Remissiologia. Pelos critérios da Mentalsomatologia, eis, por exemplo, na ordem alfabética, 15 verbetes da Enciclopédia da Conscienciologia, e respectivas especialidades e temas centrais, evidenciando relação estreita com a Biblioteca de Alexandria, indicados para a expansão das abordagens detalhistas, mais exaustivas, dos pesquisadores, mulheres e homens interessados: 01. Afinidade cognitiva: Autocogniciologia; Homeostático. 02. Amplitude autopensênica: Proexologia; Homeostático. 03. Antidireito: Parapatologia; Nosográfico. 04. Aplicação da neoideia: Heuristicologia; Neutro. 05. Autenciclopédia: Mentalsomatologia; Homeostático. 06. Bibliofilia: Mentalsomatologia; Homeostático. 07. Biblioteca: Mentalsomatologia; Neutro. 08. Crescendo Helenismo-Conscienciologia: Autodiscernimentologia; Homeostático. 09. Fonte cognitiva: Autocogniciologia; Neutro. 10. Holotecologia: Comunicologia; Homeostático. 11. Interrelações interdisciplinares: Mentalsomatologia; Homeostático. 12. Megaconhecimento organizado: Autocogniciologia; Homeostático. 13. Mundividência: Cosmovisiologia; Neutro. 14. Partilha do saber: Seriexologia; Homeostático. 15. Tirania: Parapatologia; Nosográfico. A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA NASCEU E FLORESCEU EM BERÇO JÔNICO, EM PLENO EGITO ANTIGO, ULTRAPASSANDO BARREIRAS ÉTNICO-RACIAIS E CULTURAIS PARA SER O CÉREBRO E O CORAÇÃO DO PLANETA. Questionologia. Você, leitor ou leitora, já pesquisou sobre esse megaacervo cultural da Antiguidade, considerado o primeiro centro cosmopolita do Planeta? Refletiu sobre as possíveis causas de a Biblioteca de Alexandria não ter subsistido hodiernamente? Filmografia Específica: 1. Alexandria. Título Original: Agora. País: Espanha. Data: 2009. Duração: 125 min. Gênero: Drama. Idade (censura): 16 anos. Idioma: Inglês. Cor: Colorido. Legendado: Inglês; & Português (DVD). Direção e Roteiro: Alejandro Amenábar. Elenco: Rachel Weisz; Max Minghella; Oscar Isaac; Ashraf Barhom; Michael Lonsdale; Rupert Evans; Richard Durden; Sami Samir; Manuel Cauchi; Homayoun Ershadi; Oshri Cohen; Harry Borg; & Charles Thake. Produção: Álvaro Augustín; & Fernando Bovaira. Desenho de Produção: Guy Hendrix Dyas. Direção de Arte: Dominique Arcadio; Matthew Gray; Stuart Kearns; Jason Knox-Johnston; & Frank Walsh. Roteiro: Alejandro Amenábar; & Mateo Gil. Fotografia: Xavi Giménez. Música: Dario Marianelli. Montagem: Nacho Ruiz Capillas. Cenografia: Larry Dias. Efeitos Especiais: All Effects; DDT Efectos Especiales; & El Ranchito. Companhia: Mod Producciones; Himenóptero; Telecinco Cinema; Canal+ España; & Cinebiss. Sinopse: Sob o domínio romano, Alexandria é palco de violentas rebeliões religiosas. Judeus e cristãos competem pela soberania política, econômica e religiosa. A astrônoma Hypatia lidera grupo de discípulos lutadores para preservar a Biblioteca de Alexandria. Bibliografia Específica: 1. Battles, Matthew; A Conturbada História das Bibliotecas (Library: An Unquiet History); trad. João Vergílio Gallerani Cuter; revisora Adriana Cristina Bairrada; 239 p.; 7 caps.; 1 microbiografia; 23 x 15 cm; Planeta; São Paulo, SP: 2003; páginas 28 a 39. 2. Dzielska, Maria; Hipátia de Alexandria (Hypatia of Alexandria); trad. Miguel Senas Pereira; revisora Anabela Prates Carvalho; 163p; 1 E-mail; 38 abrevs; 1 microbiografia; 1 website; 1 foto; 316 notas; 23 x 15 cm; enc.; Relógio D´Agua Editores; Portugal; 2009; páginas 17 a 115. 3. Flower, Derek Adie; Biblioteca de Alexandria: As Histórias da Maior Biblioteca da Antiguidade (The Story of the Ancient Libary of Alexandria); tradução Otacílio Nunes; & Valter Ponte; revisores Guilherme Laurito Summa; Juliana Messias; & Thiago Lins; 216p.; 32 caps; 1 E-mail; 15 ilus.; 1 mapa; 1 microbiografia; 151 notas; 48 refs.; 1 website; enc.; 20 x 13 cm; Nova Alexandria; São Paulo; 2ª Ed. 2010; páginas 11 a 200. 4. Polastron, Lucien X. ; Livros em Chamas: A História da Destruição sem Fim das Bibliotecas (Livres en Feu); trad. Léo Schlafman; 420 p.; 12 caps.; 1 E-mail; 1 microbiografia; 23 x 15 cm; José Olympio; Rio de Janeiro, RJ; 2013; páginas 25 a 36 e 304 a 311. 5. Vieira, Waldo; Léxico de Ortopensatas; revisores Equipe de Revisores do Holociclo; 2 Vols.; 1.800 p.; Vols. 1 e 2; 1 blog; 652 conceitos analógicos; 22 E-mails; 19 enus.; 1 esquema da evolução consciencial; 17 fotos; glos. 6.476 termos; 1.811 megapensenes trivocabulares; 1 microbiografia; 20.800 ortopensatas; 2 tabs.; 120 técnicas lexicográficas; 19 websites; 28,5 x 22 x 10 cm; enc.; Associação Internacional Editares; Foz do Iguaçu, PR; 2014; página 284. 6. Idem; Manual dos Megapensenes Trivocabulares; revisores Adriana Lopes; Antonio Pitaguari; & Lourdes Pinheiro; 378 p.; 3 seções; 49 citações; 85 elementos linguísticos; 18 E-mails; 110 enus.; 200 fórmulas; 2 fotos; 14 ilus.; 1 microbiografia; 2 pontoações; 1 técnica; 4.672 temas; 53 variáveis; 1 verbete enciclopédico; 16 websites; glos. 12.576 termos (megapensenes trivocabulares); 9 refs.; 1 anexo; 27,5 x 21 cm; enc.; Associação Internacional Editares; Foz do Iguaçu, PR; 2009; página 123. 7. Vrettos, Theodore; Alexandria: A Cidade do Pensamento Ocidental; trad. Briggite Klein; revisores Luiz Alberto Machado Cabral; & Daniel Seraphim; 313p.; 6 seções; 1 E-mail; 18 ilus.; 2 mapas; 1 microbiografia; 142 notas; 1 website; 22 x 15 x 2 cm; enc.; Odysseus Editora Ltda; São Paulo; Edição 1 2005; páginas 51 a 271. 8. Wright, Edmund; Law, Jonathan; Dicionário de História do Mundo (A Dictionary of World History); trad. Cristina Antunes; rev. Aline Sobreira, Eduardo Soares, Lílian de Oliveira; 781 p.; 25 mapas; Autência Belo Horizonte, MG; 2013; páginas 169, 614. Webgrafia Específica: 1. Cabral, Rosemere Mendes; Bibliotecas de Alexandria: Construções Políticas da Memória; artigo; Orientadora Josaida Gondar; Projeto Político: Egito; PDF; Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro -UNIRIO2010;disponível em: <http://www.memoriasocial.pro.br/documentos/Disserta%C3%A7%C3%B5es/Diss264.pdf>; acesso em: 05.01.16. 2. Dias, Geraldo Coelho; Biblioteca de Alexandria: O Helenismo e a Dinâmica Cultural dos Judeus; artigo; Humanitas: Bíblia dos LXX; disponível em: <http://www.uc.pt/fluc/eclassicos/publicacoes/ficheiros/humanitas_63/12_GC Diaspdf>; acesso em: 05.01.16. 3. Hipatia; Frases e Pensamentos de Hipatia de Alexandria; disponível em: <http://kdfrases.com /autor/hip%C3%A1tia>; acesso: em 10.01.16; disponível em:<http://www.frasespararefletir. com.br/ frases-de-hipatia-dealexandria> acesso em: 10.01.16. 4. Milan, Betty; A Biblioteca de Alexandria renasce das Cinzas; Folha Ilustrada de S. Paulo;jornal; 11.05.02; disponível em: <http:// http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1105200213.htm> acesso em: 26.03.16. 5. Paterlini, Roberto Ribeiro; Bibliotheca de Alexandria; DM-UFSCar, Hipertextos Pitágoras;revisor Nelio Baldin; 4 partes; 8 fotos; 6 ilus.; 2 mapas; 8 wesites; 4 refs.; 14.04.03;disponível em:<http://www.dm.ufscar.br/hp/hp855/ hp855001/hp855001.html#hist>: acesso em 08.06.16. M. G. R.