A persona bufônica é a conscin, homem ou mulher, apresentando-se publicamente sob a máscara de bufão, personagem irreverente, irônica, perspicaz, rindo das próprias desgraças, dos poderosos e oferecendo crítica ferina à sociedade.
Você, leitor ou leitora, manifesta qual persona bufônica? Extemporânea ou oportuna?
PERSONA BUFÔNICA
(PERFILOLOGIA)
I. Conformática
Definologia. A persona bufônica é a conscin, homem ou mulher, apresentando-se publicamente sob a máscara de bufão, personagem irreverente, irônica, perspicaz, rindo das próprias desgraças, dos poderosos e oferecendo crítica ferina à sociedade.
Tematologia. Tema central neutro.
Etimologia. A palavra do idioma Latim, persona, significa “máscara; figura; papel representado por algum ator; pessoa; indivíduo”. Surgiu, no idioma Português, no Século XX. O termo bufão procede do idioma Italiano, buffone, “bufão”, provavelmente derivado do idioma Italiano Antigo, buffa, “zombaria; burla”. Apareceu no Século XIII.
Sinonimologia: 1. Máscara de bufão. 2. Truão. 3. Histrião. 4. Bobo da corte; bobo do rei.
Arcaismologia. Original do Império Romano-Bizantino, o bufão, ou bobo da corte, tornou-se figura comum nas cortes europeias durante a Idade Média.
Cognatologia. Eis, na ordem alfabética, 12 cognatos derivados do vocábulo bufão: bufa; bufador; bufadora; bufante; bufar; bufeira; bufona; bufonada; bufonaria; bufonear; bufônica; bufônico.
Neologia. As 3 expressões compostas persona bufônica, persona bufônica extemporânea e persona bufônica oportuna são neologismos técnicos da Perfilologia.
Antonimologia: 1. Clown; palhaço. 2. Cientista político. 3. Cidadão.
Estrangeirismologia: o outsider; a ópera buffa; a mockery; a glasnost; o jester; o joker; o Zeitgeist.
Atributologia: predomínio das faculdades mentais, notadamente do autodiscernimento quanto à criticidade.
Citaciologia. Eis 2 provérbios latinos relacionados ao assunto: – Ridendo castigat mores (Rindo castiga-se os costumes). Ridendo dicere verum (Rindo diz-se a verdade).
II. Fatuística
Pensenologia: os criticopensenes; a criticopensenidade; o holopensene pessoal da convivialidade intrafísica; os entropopensenes; a entropopensenidade; os morbopensenes; a morbopensenidade; a máscara facial falseando o teor da autopensenidade real; a antena retransmissora de contrapensenes.
Fatologia: a bufonaria; a ironização dos fatos políticos; o humor político; a crítica dos costumes; a arte do grotesco; o humor corrosivo; a gozação; a gestualidade do truão; o chiste; a paródia; a sátira; os bordões; as piadas; as máximas; a comicidade; o deboche; o autodeboche; a ridicularização; a autorridicularização; a galhofa; o histrionismo; os ditos satíricos; a catarse pelo riso; a comédia; a tragicomédia; a commedia dell’arte; a transgressão pelo verbo; o aparente tolo, enxergando o imperceptível ao sábio; o marginal cuja exterioridade permite comentar os acontecimentos impunemente; a marginalidade permitindo dizer a verdade oculta; a fala ao mesmo tempo proibida e ouvida; as verdades parecendo loucuras ao serem ditas; o exagero; a expressão, em tom de brincadeira, do conteúdo sério; a dramatização pelo riso; a leitura trafarista de mundo; a piada denunciando a corrupção; a seriedade como alvo de deboche; a bobice esperta; a brincadeira com palavras; os trocadilhos; a paródia substituindo o erudito pelo vulgar; o espelho da sociedade hedionda; a revelação das limitações próprias para fazer comédia com as mazelas sociais e políticas; o coringa do baralho; a crítica da hipocrisia; a interpretação dos aspectos animalescos do homem; o bufão sendo, ao mesmo tempo, juiz e algoz; a vitimização pelo riso; a punição do opressor pela zomba do oprimido; a crítica à monarquia; o desnudamento do rei; a arte baseada no conflito entre forma e conteúdo; a zombaria do outsider; o ato de esconder a síndrome do estrangeiro usando a comicidade; as táticas para falar o proibido; o alto-falante dos oprimidos; a arte de interpretar o contexto; a leitura das entrelinhas; a expressão do inexpressado; o espírito do tempo; a arte de expressar o absurdo; a arte de compreender a dualidade; a visão não linear de mundo; a ausculta das críticas silenciosas; o agente da transparência.
Parafatologia: a assimilação simpática de energias; a captação dos bastidores extrafisicos; a autovivência do estado vibracional (EV) profilático.
III. Detalhismo
Sinergismologia: o sinergismo paradoxo-espirituosidade.
Principiologia: o princípio da descrença; o princípio da insustentabilidade da mentira.
Teoriologia: a teoria literária; a teoria dramatúrgica; a teoria da interpretação teatral; a teoria das personas.
Tecnologia: as técnicas da bufonaria; as técnicas de interpretação; as técnicas do histrionismo; a técnica de usar as autolimitações para revelar as heterolimitações; as técnicas de leitura do Zeitgeist.
Laboratoriologia: os laboratórios teatrais de improvisação e dramatização; o laboratório conscienciológico das retrocognições; o laboratório conscienciológico da grupalidade; o laboratório conscienciológico da Parageneticologia.
Colegiologia: o Colégio Invisível da Cosmanálise.
Efeitologia: o efeito da zomba sobre o orgulho alheio; o efeito das técnicas teatrais na provocação de sentimentos.
Neossinapsologia: as neossinapses da leitura dubiopensênica; as neossinapses da compreensão das dualidades do mundo.
Ciclologia: o ciclo autexclusão–visão de fora; o ciclo crítica-interpretação-desvelamento.
Enumerologia: a persona bufônica marginal; a persona bufônica hedonista; a persona bufônica satírica; a persona bufônica cortesã; a persona bufônica melíflua; a persona bufônica anti-heroína; a persona bufônica política.
Binomiologia: o binômio discordância-piada; o binômio política-paródia.
Interaciologia: a interação ator-expectador; a interação máscara-representação; a interação teatro–crítica social; a interação seriedade-deboche; a interação polissemia-ironia; a interação ridículo-ridicularização.
Crescendologia: o crescendo humor político–crítica política; o crescendo monarquia-democracia; o crescendo paródia-cosmanálise; o crescendo Arte-Ciência.
Trinomiologia: o trinômio paródia-política-corrupção.
Polinomiologia: o polinômio paródia-metáfora-duplo sentido-polissemia.
Antagonismologia: o antagonismo persona bufônica / consciência platônica; o antagonismo ironização dos políticos / análise científica da política; o antagonismo piada tendenciosa / crítica primorosa; o antagonismo politicamente correto / piada preconceituosa; o antagonismo lirismo do clown / realismo do bufão.
Paradoxologia: o paradoxo da inautenticidade autêntica; o paradoxo do riso representar a discordância; o paradoxo de falar pelo coletivo e não responder pelo coletivo; o paradoxo da fala proibida; o paradoxo de verdades duras provocarem risos; o paradoxo do interesse pela sociedade e desinteresse pela participação comunitária; o paradoxo da desmascaração de problemas sérios pela paródia.
Politicologia: a monarquia; os regimes totalitários; a demagogia; a corrupção política; a democracia.
Legislogia: a lei da identidade.
Filiologia: a criticofilia; a palcofilia; a sociofilia.
Fobiologia: a conviviofobia; a totalitarismofobia.
Sindromologia: a síndrome do estrangeiro.
Holotecologia: a teatroteca; a politicoteca; a criticoteca; a psicoteca; a convivioteca; a sociologicoteca; a cosmoeticoteca.
Interdisciplinologia: a Perfilologia; a Elencologia; a Intrafisicologia; a Teatrologia; a Gestualística; a Histrionologia; a Politicologia; a Conviviologia; a Sociologia; a Comunicologia.
IV. Perfilologia
Elencologia: a persona bufônica; a consréu; a conscin lúcida; a isca humana inconsciente.
Masculinologia: o bufão; o bobo da corte; o cínico; o bifronte; o comediante; o pré-serenão vulgar.
Femininologia: a bufona; a boba da corte; a cínica; a bifronte; a comediante; a pré-serenona vulgar.
Hominologia: o Homo sapiens actor; o Homo sapiens theatralis; o Homo sapiens politicus; o Homo sapiens democraticus; o Homo sapiens sociologicus; o Homo sapiens communicator; o Homo sapiens consreu; o Homo sapiens interassistens.
V. Argumentologia
Exemplologia: persona bufônica extemporânea = a personalidade histriônica de mentalidade medieval no contexto democrático; persona bufônica oportuna = o(a) piadista denunciando a corrupção política.
Culturologia: a cultura popular na Idade Média; a cultura carnavalesca; a cultura teatral.
Tabelologia. No âmbito da Perfilologia, eis, por exemplo, na ordem alfabética, 10 paralelos entre personagens bufônicas e perfis conscienciais da persona bufônica:
Tabela – Paralelo personagem / persona bufônica
Nos Personagem Persona bufônica
Arlequim. Personagem da dramaturgia de Carlo Goldoni
01. O malandro romântico
(1707–1793). Itália.
Barão de Itararé. Pseudônimo de Apparício Fernando de
02. O político
Brinkerhoff Torelly (1895–1971). Brasil.
Bussunda. Personagem representada por Cláudio Besserman
03. O popular
Vianna (1962–2006). Brasil.
Dom Bibas. Personagem literária de Alexandre Herculano de
04. O anti-herói da corte
Carvalho Araújo (1810–1877). Portugal.
Gargântua. Personagem literária de François Rabelais
05. O apedeuta
(1494–1553). França.
Groucho Marx. Personagem representada por Julius Henry
06. O irreverente
Marx (1890–1977). EUA.
Macunaíma. Personagem literária de Mário Raul de Morais
07. O anti-herói brasileiro
Andrade (1893–1945). Brasil.
Sancho Pança. Personagem literária de Miguel de Cervantes
08. O realista
Saavedra (1547–1616). Espanha.
Nos Personagem Persona bufônica
Sir John Falstaff. Personagem da dramaturgia de William
09. O nobre em ostracismo
Shakespeare (1564–1616). Inglaterra.
Tony Bring. Personagem literária autobiográfica de Henry
10. O hedonista orientalista
Valentine Miller (1891–1980). EUA.
VI. Acabativa
Remissiologia. Pelos critérios da Mentalsomatologia, eis, por exemplo, na ordem alfabética, 15 verbetes da Enciclopédia da Conscienciologia, e respectivas especialidades e temas centrais, evidenciando relação estreita com a persona bufônica, indicados para a expansão das abordagens detalhistas, mais exaustivas, dos pesquisadores, mulheres e homens interessados:
01. Aparência: Intrafisicologia; Nosográfico.
02. Ator de teatrão: Elencologia; Nosográfico.
03. Autestigmatização: Experimentologia; Nosográfico.
04. Autexpressão: Comunicologia; Neutro.
05. Consciência-títere: Parapatologia; Nosográfico.
06. Democracia: Parapoliticologia; Neutro.
07. Efusividade: Psicossomatologia; Neutro.
08. Expressão facial: Comunicologia; Neutro.
09. Fascínio pelo grotesco: Parapatologia; Nosográfico.
10. Histrionologia: Comunicologia; Neutro.
11. Humor homeostático: Holomaturologia; Homeostático.
12. Mesméxis: Intrafisicologia; Nosográfico.
13. Mitoclastia: Interassistenciologia; Homeostático.
14. Palco existencial: Intrafisicologia; Neutro.
15. Rainha: Parapatologia; Nosográfico.
O RISO PODE CONVIVER COM A SERIEDADE, MAS
O DUPLO SENTIDO DA PERSONA BUFÔNICA, COMPARADO À CRÍTICA ABERTA E RESPEITOSA DA DEMOCRACIA PURA, DIRETA, TORNA-SE EXTEMPORÂNEO.
Questionologia. Você, leitor ou leitora, manifesta qual persona bufônica? Extemporânea ou oportuna?
Bibliografia Específica:
1. Bakhtin, Mikhail; A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: O Contexto de François Rabelais (Франсуа Рабле и народная культура средневековья и Ренессанса); Fotocópia; trad. Yara Frateschi; 420 p.; 24 x 15 cm; br.; 2a Ed.; Hucitec; São Paulo, SP; 1993; páginas 1 a 50.
2. Balona, Málu; Síndrome do Estrangeiro; pref. Waldo Vieira; revisores Ana Bonfin; et al.; 318 p.; 14 caps.; 13 abrevs.; 93 filmografias; 1 foto; 6 gráfs.; 12 infografias; 1 microbiografia; 4 musicografias; 5 pinacografias; 30 tabs.; 380 refs.; 2 apênds.; alf.; 21 x 14 cm; br.; 2a Ed.; Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC); Rio de Janeiro, RJ; 2000; página 96.
3. Herculano, Alexandre; O Bobo; 164 p.; 15 caps.; 18 x 12 cm; br; Martin Claret; São Paulo, SP; 2007; páginas 20 a 29.
4. Jung, C. G.; Tipos Psicológicos (Psychologische Typen); trad. Lúcia Mathilde Endlich Orth; 6 Vols.; 558 p.; 11 caps.; Vol. 6; 196 refs.; alf.; ono.; 24 x 15 x 4 cm; br.; 9 a Ed.; Vozes; Petrópolis, RJ; 1991; páginas 213 e 389.
5. Magalhães, Célia; Os Monstros e a Questão Racial na Narrativa Moderna; 146 p.; 3 caps.; UFMG; Belo Horizonte, MG; 2003; página 62.
6. Pavis, Patrice; Dicionário de Teatro (Dictionnaire Du Théâtre); pref. Anne Ubersfeld; revisor J. Augusto de Abreu Nascimento; trad. J. Guinsburg; & Maria Lúcia Pereira; XXII + 483 p.; 304 enus.; 559 refs.; alf.; ono.; 25,5 x 18 x 3 cm; br.; Perspectiva; São Paulo, SP; 1996; páginas 34 e 35.
7. Vieira, Waldo; Homo sapiens reurbanisatus; 1.584 p.; 479 caps.; 139 abrevs.; 597 enus.; 413 estrangeirismos; 102 filmes; 40 ilus.; 7 índices; 3 infografias; 102 sinopses; 25 tabs.; 7.663 refs.; glos. 241 termos; alf.; geo.; ono.; 29 x 21 x 7 cm; enc.; Associação Internacional do Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC); Foz do Iguaçu, PR; 2003; páginas 679, 781 e 859.
T. C. A.