Ignorância Ignorada

A ignorância ignorada é a postura presunçosa de inadmissão das lacunas no conhecimento pessoal, quando a consciência sucumbe à ilusão de compreender integralmente algo e, apegada às autoconvicções irrefutáveis, desconsidera o crescendo de aquisições cognitivas inerentes à progressão evolutiva.

Você, leitor ou leitora, já superou integralmente a condição da ignorância ignorada? Desde quando?

      IGNORÂNCIA IGNORADA
                                     (AUTENGANOLOGIA)


                                          I. Conformática

          Definologia. A ignorância ignorada é a postura presunçosa de inadmissão das lacunas no conhecimento pessoal, quando a consciência sucumbe à ilusão de compreender integralmente algo e, apegada às autoconvicções irrefutáveis, desconsidera o crescendo de aquisições cognitivas inerentes à progressão evolutiva.
          Tematologia. Tema central nosográfico.
          Etimologia. A palavra ignorância vem do idioma Latim, ignorantia ou ignorato, “falta de conhecimento; falta de saber; ignorância”. Surgiu no Século XIV.
          Sinonimologia: 01. Desconhecimento ignorado; desconhecimento inadmitido. 02. Presunção cognitiva; presunção do saber. 03. Arrogância do saber. 04. Pseuderudição. 05. Superficialidade intelectual. 06. Travão autocognitivo. 07. Fechadismo autocognitivo. 08. Inexperiência mentalsomática. 09. Mundividência monovisiológica. 10. Autassédio mentalsomático.
          Arcaismologia. Na Antiguidade Clássica, Sócrates (470–399 a.e.c.) alertava sobre a sabedoria existente no reconhecimento do não sabido na máxima “só sei que nada sei”.
          Neologia. As duas expressões compostas ignorância ignorada simplória e ignorância ignorada douta são neologismos técnicos da Autenganologia.
          Antonimologia: 01. Ignorância admitida. 02. Desconhecimento admitido; desconhecimento reconhecido. 03. Inexperiência assumida. 04. Desinformação declarada. 05. Insabidade confessa. 06. Flexibilidade intelectual. 07. Abertismo autocognitivo. 08. Mundividência cosmovisiológica. 09. Autodesassédio mentalsomático. 10. Polimatia relativa; polimatia verponológica.
          Estrangeirismologia: a superestimação do background autocognitivo; o vício do raciocínio a priori; o repúdio à qualquer feedback.
          Atributologia: predomínio das faculdades mentais, notadamente do antidiscernimento quanto à autocriticidade cosmoética.


                                            II. Fatuística

          Pensenologia: o holopensene pessoal do fechadismo mentalsomático; os ignoropensenes; a ignoropensenidade; os lacunopensenes; a lacunopensenidade; os estultopensenes; a estultopensenidade; os monoideísmos pensênicos; a minipensenização; a autopensenidade rígida; a fôrma holopensênica autengessante; a autoblindagem pensênica às inspirações dos amparadores extrafísicos de função.
          Fatologia: a ignorância ignorada; a insciência quanto à própria ignorância; o desconhecimento das raias do conhecimento pessoal; a negação da inevitabilidade do não saber algo; a fantasia quanto à possibilidade de saber tudo; a autoinstalação em torre de marfim cognitiva; o pseudoconforto promovido pelas autocertezas absolutas; a inaceitação rebelde da hierarquia cognitiva; a pretensão de ter respostas para tudo; a incuriosidade pesquisística; o ato antipedagógico de não assumir o desconhecimento da resposta à pergunta feita; o achismo; a embromação; a antitares; a fácies de sapiência; a cara de conteúdo; as afirmações peremptórias; a defesa empedernida das parcas cognições consideradas totais; o exame superficial dos fatos; as poucas variáveis em análise; o barateamento das realidades; o apego afetivo às ideias, conceitos e convicções; o receio às heterocríticas denunciadoras; a tentativa vã de esconder a autoinsegurança; o medo da concorrência; a omissão do pulo do gato; a autoconfiança intelectiva necessária à aceitação das falhas na autocognição; a desconsideração da irrecusável incompletude da erudição humana; as subdivisões e especializações indescartáveis no acervo de conhecimentos planetários; o dinamismo da produção científica moderna facilitando a aceitação das limitações autocognitivas indubitáveis; os avanços tecnológicos transformando rapidamente conceitos antes top de linha em obsoletos; as descobertas cosmológicas transformando gradativamente o antes grandioso mundo conhecido em componente minúsculo da vastidão cósmica imensurável; a estrutura da evolução humana favorecendo as renovações cognitivas a cada restringimento ressomático; os renascimentos intrafísicos transformando periodicamente a antes conscin veterana em neonato aprendiz.
          Parafatologia: a ausência do estado vibracional (EV) profilático; a autoconscientização multidimensional (AM) permitindo o vislumbre da extensão do autodesconhecimento; a ignorância do materialista quanto à própria paraprocedência extrafísica; a ignorância do eletronótico quanto à própria autoconsciencialidade multidimensional; a ignorância da conscin vulgar quanto à abrangência das repercussões multidimensionais dos atos pessoais; a ignorância do pré-serenão quanto à integralidade das retrobiografias humanas e subumanas.


                                           III. Detalhismo

          Principiologia: a inadmissão do princípio da descrença; o princípio da auteducação infinita; o princípio da cognoscibilidade relativa ao nível evolutivo; o princípio dos fatos e parafatos orientarem as pesquisas.
          Codigologia: o código pessoal de Cosmoética (CPC) implantando o benefício da dúvida nas autavaliações sobre o Cosmos.
          Teoriologia: a teoria da verpon; a teoria do esgotamento dos campos do cognoscível intrafísico da Serenologia; a teoria das interprisões grupocármicas abarcando as desinformações interconscienciais.
          Tecnologia: a técnica terapêutica da Cosmoética Destrutiva.
          Voluntariologia: o voluntariado dedicado à reeducação tarística.
          Laboratoriologia: o laboratório conscienciológico da Pensenologia.
          Colegiologia: o Colégio Invisível da Parapedagogiologia; o Colégio Invisível da Consciencioterapia.
          Efeitologia: os efeitos da preguiça mental; os efeitos da vaidade intelectual; os efeitos da desnutrição mentalsomática; os efeitos estagnadores da armadilha cognitiva apriorista do “já sei”; o efeito cisne negro (eventos imprevisíveis até a primeira ocorrência).
          Neossinapsologia: o poder bloqueador das autocertezas absolutas na formação neossináptica.
          Ciclologia: o ciclo evolutivo desconhecer-conhecer; o ciclo pesquisístico desconstrução-reconstrução conceitual.
          Binomiologia: o binômio universo cognoscível–universo incognoscível; o binômio trafais ignorados–trafais perpetuados.
          Interaciologia: a interação paralisante egão-orgulho; a interação irreflexão-irracionalidade; a interação fechadismo consciencial–fechadismo cognitivo.
          Crescendologia: o crescendo infinito de autocognições quanto ao Cosmos.
          Trinomiologia: o trinômio pouca leitura–mundividência restrita–conclusões pueris; o trinômio autolimitações perceptivas–autolimitações paraperceptivas–autolimitações cognitivas; a ausência do trinômio racionalidade-lógica-discernimento.
          Antagonismologia: o antagonismo autoconvicções absolutas / autoconvicções relativas; o antagonismo dúvidas paralisantes / dúvidas produtivas; o antagonismo teimosia intelectual / abertismo intelectual; o antagonismo mundo real / mundo imaginário.
          Paradoxologia: o paradoxo da arrogância intelectual usada para mascarar o complexo de inferioridade intelectual; o paradoxo evolutivo de quanto mais se preencher as próprias lacunas cognitivas, mais se vislumbrar a dimensão do incognoscível.
          Politicologia: a autocracia; a teocracia.
          Legislogia: a lei do menor esforço intelectivo.
          Fobiologia: a bibliofobia; a enciclopediofobia; a cognofobia; a cienciofobia; a xenofobia; a neofobia; a autocriticofobia.
          Sindromologia: a síndrome da apriorismose; a síndrome da mediocrização consciencial.
          Mitologia: o mito da verdade absoluta; o mito da escola da vida.
          Holotecologia: a biblioteca; a holoteca; a videoteca; a encicloteca.
          Interdisciplinologia: a Autenganologia; a Parapatologia; a Autocogniciologia; a Autocriticologia; a Autexperimentologia; a Refutaciologia; a Cosmologia; a Enciclopediologia; a Extrafisicologia; a Evoluciologia.


                                          IV. Perfilologia

          Elencologia: a consciência parada no tempo; a massa humana impensante.
          Masculinologia: o dono da verdade; o sabe tudo; o sabichão; o apedeuta evolutivo.
          Femininologia: a dona da verdade; a sabe tudo; a sabichona; a apedeuta evolutiva.
          Hominologia: o Homo sapiens ignorator; o Homo sapiens ignoratus; o Homo obtusus; o Homo stultus; o Homo sapiens apaedeutas; o Homo sapiens incautus; o Homo sapiens anachronicus; o Homo sapiens automimeticus; o Homo sapiens autobsidiatus; o Homo sapiens perquisitor.


                                        V. Argumentologia

          Exemplologia: ignorância ignorada simplória = a da consciência apedeuta, ingênua quanto à extensão do universo conhecível ainda inexplorado; ignorância ignorada douta = a da consciência letrada, iludida quanto à extensão da autocompreensibilidade do universo conhecível.
          Culturologia: as inculturas; os idiotismos culturais.
          Neoelementos. Os neoelementos fatuísticos e parafatuísticos apreendidos requerem da consciência a revisão da autobagagem polimática, resultando, após autorreflexões, em 3 condições enumeradas, a seguir, em ordem alfabética:
          1. Corroboração: o neoelemento confirma os retroconceitos.
          2. Implementação: o neoelemento expande os retroconceitos derivando em neoconceitos.
          3. Refutação: o neoelemento substitui os retroconceitos ultrapassados.
          Desconsideração. Nos casos patológicos, o neoelemento é simplesmente desconsiderado ou distorcido na tentativa de encaixá-lo nos retroconceitos e, assim, manter fantasiosamente inabaláveis as autoconvicções.
          Autengano. O autengano do saber absoluto é opção cômoda por tornar o empenho de autaperfeiçoamento aparentemente desnecessário.
          Preguiça. Admitir as limitações do conhecimento pessoal significa ser impelido a suprir as falhas cognitivas ou então suportar o desconforto de reconhecer a própria preguiça intelectual.
          Flexibilidade. Os questionamentos das autocertezas requerem flexibilidade consciencial para sustentar o impacto das reconsiderações periódicas no corpus conceitual.
          Tabelologia. Sob a ótica da Conscienciometrologia, eis, por exemplo, na ordem alfabética, 8 condições de confronto entre a consciência insciente da autolimitação cognitiva e a consciência lúcida para essa realidade incontestável:
            Tabela – Confronto Ignorante Insciente / Ignorante Autoconsciente
  Nos           Ignorante Insciente                         Ignorante Autoconsciente
  1. Apedeutismo desconhecido                  Autodidatismo ininterrupto
  2. Apriorismose crônica                      Semperaprendência heurística
  3. Automimese dispensável                    Reciclagem intraconsciencial
  4. Dogmatismo                                Verponismo
  5. Insegurança intelectiva inconfessa        Autoconfiança na autapreensibilidade cognitiva
  6. Neofobia cognitiva                        Neofilia cognitiva
  7. Passividade intelectual                   Proatividade intelectual
  8. Reprodução acrítica do senso comum Omniquestionamento da Descrenciologia


                                           VI. Acabativa

          Remissiologia. Pelos critérios da Mentalsomatologia, eis, por exemplo, na ordem alfabética, 10 verbetes da Enciclopédia da Conscienciologia, e respectivas especialidades e temas centrais, evidenciando relação estreita com a ignorância ignorada, indicados para a expansão das abordagens detalhistas, mais exaustivas, dos pesquisadores, mulheres e homens interessados:
          01. Achismo: Parapatologia; Nosográfico.
          02. Apedeutismo: Parapedagogiologia; Nosográfico.
          03. Bibliofobia: Mentalsomatologia; Nosográfico.
          04. Distorção cognitiva: Parapatologia; Nosográfico.
          05. Douta ignorância: Autodiscernimentologia; Nosográfico.
          06. Dubiopensenidade: Autopensenologia; Neutro.
          07. Eunuco intelectual: Mentalsomatologia; Nosográfico.
          08. Ignorantismo: Parapatologia; Nosográfico.
          09. Inatividade intelectual: Mentalsomatologia; Nosográfico.
          10. Lacuna da formação cultural: Experimentologia; Nosográfico.
   A IGNORÂNCIA IGNORADA ENTRAVA A AUTEVOLUÇÃO.
 SOMENTE A ADMISSÃO DAS BRECHAS AUTOCOGNITIVAS
 ATIÇA A CURIOSIDADE E IMPULSIONA A BUSCA TEÁTICA
   POR VERPONS DE PATAMARES COGNITIVOS FUTUROS.
          Questionologia. Você, leitor ou leitora, já superou integralmente a condição da ignorância ignorada? Desde quando?
                                                                                              A. L.